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| Senhora Teca Mendonça. Senhora Teca concedeu sua foto. |
Oi, Galerinha!
Temos a honra de receber no blog Diário da Professora Vanessa a Sra. Maria Tereza Mendonça de Barros, abordando o Grupo Vida - O foco é promover saúde emocional, autoconhecimento e transformação pessoal por meio da psicanálise.
O Grupo Vida acredita que todos têm o direito de cuidar da mente com dignidade e respeito. O Grupo Vida é formado por psicanalistas capacitados que atuam com ética, escuta ativa e compromisso com o bem-estar emocional dos pacientes.
O Grupo Vida da Clínica Ana Joaquina, vinculado ao SINPESP (Sindicato dos Psicanalistas do Estado de São Paulo), é um projeto voltado ao atendimento psicanalítico acessível, com foco na promoção da saúde mental e no acolhimento de pessoas em diferentes fases da vida.
Quem é senhora Teca Mendonça.
Eu me chamo Maria Tereza Mendonça de Barros, mas todos me conhecem como Teca Mendonça. Vim para a psicanálise mais tarde, com quase cinquenta anos, trazendo toda uma bagagem da área de Letras e de Comunicação — percursos teóricos que percorri antes de chegar à psicanálise, mas que me ajudaram muito a desenvolver atividades com o intuito de criar espaços para a expressão do eu, daqueles que, adoecidos, foram tendo poucas oportunidades de falar sobre si.
É um trabalho de coração. É um trabalho voluntário. Mas, como sempre digo nas minhas aulas no Núcleo Brasileiro de Pesquisas Psicanalíticas (NPP), o Grupo Vida é um ambiente facilitador dentro da dinâmica psicanalítica. E também foi, para mim, a minha grande escola — onde aprendi muito sobre a vida, sobre o sofrimento, sobre a dor psíquica, sobre solidariedade, coragem e persistência, que esses incríveis participantes são capazes de nos ensinar.
Vocês sabem... tem uma coisa que aprendi muito com eles: a não reclamar das coisas pequenas que, para mim, eram obstáculos. Quando estamos diante de pessoas com desafios tão grandes no enfrentamento da vida, eu me encolho nas minhas reclamações. Aprendi muito com eles. Aprendi a dizer: “Isso eu posso.”
Senhora Teca, poderia por gentileza falar do Grupo Vida para a galerinha!
Os encontros são semanais, com duração de 90 minutos, nos quais promovemos uma integração por meio de um lanche comunitário. É uma oportunidade para que todos possam compartilhar suas histórias, angústias e, por que não, suas melhoras também. Os participantes percebem que há outras pessoas com quadros semelhantes e que algumas estão conosco há quase vinte e cinco anos. Ver que elas conseguiram alcançar melhorias — conforme relatam — pode ser um incentivo para a continuidade do tratamento.
O Grupo Vida é aberto, sem nenhum tipo de restrição quanto à permanência. Por isso, temos pacientes que estão conosco há menos de um ano e outros que frequentam o grupo há quase vinte e cinco anos.
Não há nenhum custo para os pacientes. O trabalho dos analistas que participam é totalmente voluntário.
Os analistas do Grupo Vida têm plena consciência, como profissionais, da importância do sigilo. Caso haja algum tipo de apresentação em que os pacientes sejam convidados, nunca há exigência de participação. Sempre firmamos um compromisso: qualquer caso mencionado será tratado de forma que não permita identificação.
Os pacientes que nos procuram geralmente vêm por indicação de alguém que participa ou já participou do grupo. O contato pode ser feito por meio da Clínica Ana Joaquina (https://sinpesp.com.br/clinica-ana-joaquina/), clínica social ligada ao Sindicato dos Psicanalistas do Estado de São Paulo, ou por recomendação de antigos membros ou pessoas que conhecem nosso trabalho, que já existe há praticamente vinte e cinco anos.
O trabalho psicanalítico é realizado por meio da escuta analítica e da atenção flutuante, permitindo que os pacientes falem livremente o que lhes vem à mente, façam associações espontâneas e expressem suas angústias, sofrimentos e faltas. A única condição é que tudo seja dito por meio da palavra. Mesmo que haja agressividade, ela deve permanecer no campo da fala. Os analistas estão sempre atentos aos fatos apresentados. Somos quatro analistas atuantes, com pelo menos dois ou três participando de cada encontro semanal de 90 minutos.
A avaliação da melhora dos pacientes se dá, em primeiro lugar, pela observação e pelo testemunho da diminuição ou desaparecimento dos surtos que antes os acometiam com frequência razoável. Esse é um dos nossos critérios. Também observamos a melhora na capacidade de comunicação e na interação com os demais participantes do grupo. Mesmo que haja alguma desconfiança inicial, com o tempo os pacientes vão se sentindo mais integrados.
Senhora Teca, poderia falar um pouco do livro "Hoje sou eu quem falo - Os ecos da psicose" um livro de sua autoria e de senhora Araceli Albino.
Em 2024, Araceli e eu, Teca Mendonça, resolvemos escrever um livro que traz toda a história do Grupo Vida — os 24 anos de trajetória. Nele, compartilho muitas lembranças dos trabalhos que realizamos, das atividades paralelas, todas com o intuito de promover convivência e apresentar a realidade externa aos pacientes que têm mais dificuldade de contato com o social.
No livro, falamos também da parte teórica e dos princípios técnicos que nos regem, com base nas obras de Freud, Lacan e Winnicott. Trouxemos esse resgate da memória de todos esses anos, e é até emocionante poder falar sobre tudo o que fomos fazendo, apresentando e aprendendo com o Grupo Vida.
Na última parte, incluímos depoimentos de alguns participantes, com suas histórias pessoais — seus adoecimentos, surtos — e daí surgiu o título do livro: Agora sou eu quem falo. É esse o sujeito da fala, aquele que muitas vezes tem pouco espaço para ser escutado.
Rede social da Senhora Teca.
Minha eterna gratidão! Muito obrigada Senhora Teca pela riquíssima entrevista.
Professora Blogueira Vanessa.


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