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Senhora Leidyjane Santos da Reconectar Clínica. Sra. Leidyjane concedeu sua foto. |
Estimada Galerinha!
Tudo bem com vocês?
Temos a honra de receber no Blog Diário da Professora Vanessa, Senhora Leidyjane Santos da Reconectar Clínica para abordar um assunto muito importante AUTISMO.
Cada indivíduo com autismo é único, com habilidades, desafios e formas de expressão próprias.
Falar sobre o autismo é essencial para promover a inclusão, combater o preconceito e garantir que todas as pessoas tenham acesso a oportunidades, respeito e compreensão.
Neste blog, vamos explorar o universo do TEA com empatia, informação e compromisso com a educação.
Autismo, Neuropsicologia e o Valor das Pequenas Conquistas.
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| Senhora Leidyjane concedeu a foto da Reconectar Clínica. |
A Reconectar nasceu de um sonho: o de ver cada criança reconhecida pelo que ela é, e não pelas dificuldades que possam fazer parte da sua história. 🌿 Nosso propósito é acolher, compreender e potencializar, ajudando famílias a enxergarem novas formas de crescimento e aprendizado.
Aqui, cada sorriso, cada tentativa e cada descoberta são valiosos. Trabalhamos com crianças atípicas, suas famílias e escolas, acreditando que o desenvolvimento é feito de pequenas conquistas que se tornam grandes transformações. Nosso propósito é esse: reconectar o que há de mais bonito em cada pessoa — o amor, a confiança e o potencial de ser quem se é.
Também gostaríamos de conhecer a senhora Leidyjane Santos — qual sua formação, atuação e entender melhor o seu trabalho?
Sou psicóloga e neuropsicóloga, com formação em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e especialização em Neuropsicologia pelo Hospital Albert Einstein. Sempre fui apaixonada por compreender o modo como cada pessoa pensa, sente e aprende. Desde o início da minha carreira, meu propósito tem sido ajudar pessoas a se reconectarem com o seu potencial, unindo ciência, acolhimento e sensibilidade.
Comecei atendendo por um convênio de saúde, o que me proporcionou uma experiência muito rica e me ensinou o valor da escuta, da empatia e do olhar individual para cada história. Essa vivência reforçou em mim o desejo de oferecer um cuidado psicológico mais completo, que considerasse o ser humano em todas as suas dimensões — cognitiva, emocional e social.
Com o passar do tempo, comecei a receber cada vez mais crianças com dificuldades de desenvolvimento e sinais de autismo. Muitas delas vinham sem diagnóstico, e eu percebia o quanto isso gerava angústia nas famílias, que buscavam respostas. Foi então que decidi me aprofundar na neuropsicologia — para entender o funcionamento da mente e poder oferecer respostas mais precisas e caminhos de intervenção mais eficazes.
Durante a pandemia, essas crianças ficaram sem atendimento, e ver o sofrimento das famílias me marcou profundamente. Foi nesse momento que nasceu a ideia da Clínica Reconectar — um espaço criado para acolher, compreender e cuidar, reunindo uma equipe multidisciplinar de profissionais que compartilham do mesmo propósito: ajudar cada criança e cada família a se reconectar com seu potencial e com a esperança.
O que começou com uma iniciativa individual cresceu e se tornou uma equipe completa, formada por terapeutas ocupacionais, psicólogos, psicopedagogos, musicoterapeutas e nutricionistas — todos unidos pela missão de tornar o desenvolvimento mais humano e acessível.
Como você descreveria sua atuação como neuropsicóloga no acompanhamento de crianças?
Como neuropsicóloga, meu trabalho com crianças é guiado por um olhar que une ciência, escuta e sensibilidade.
Cada criança tem um jeito próprio de perceber o mundo, de aprender e de se relacionar, e o meu papel é compreender essa particularidades — identificar o que facilita, o que desafia e o que pode ser desenvolvido com os recursos certos.
Durante o acompanhamento, observo muito mais do que o desempenho em testes ou tarefas: observo como a criança reage, se envolve, comunica e se expressa emocionalmente. Tudo isso ajuda a construir um retrato fiel do seu funcionamento cognitivo e emocional, permitindo orientar a família e a escola de forma personalizada.
A neuropsicologia me permite traduzir o que está por trás de certas dificuldades — como atenção, memória, linguagem ou comportamento — e transformar esses dados em estratégias práticas para o cotidiano. Mais do que aplicar instrumentos, vejo meu trabalho como um processo de descoberta, onde cada avanço, por mais discreto que seja, é uma conquista enorme.
“Acompanhar uma criança é aprender, todos os dias, que o desenvolvimento acontece quando há afeto, paciência e direção.” 🌿
O que exatamente faz uma neuropsicóloga e como seu trabalho se diferencia de outros profissionais da saúde?
A neuropsicologia é uma área que une a psicologia e a neurociência, estudando como o funcionamento do cérebro se relaciona com o comportamento, as emoções e as formas de aprender.
A neuropsicóloga atua para compreender o perfil cognitivo e emocional de uma pessoa, investigando habilidades como atenção, memória, linguagem, raciocínio, percepção e funções executivas — aquelas que ajudam a planejar, organizar e tomar decisões. Esse estudo é feito por meio de entrevistas, observações e testes específicos, sempre de forma cuidadosa e personalizada.
O grande diferencial do trabalho está em integrar o olhar emocional com o funcionamento cerebral. Enquanto outros profissionais da saúde se concentram em aspectos mais específicos — como o uso da linguagem, o movimento ou a aprendizagem —, a neuropsicóloga busca entender como todas essas áreas se conectam dentro do cérebro e se refletem na vida cotidiana.
Nosso papel é, portanto, traduzir o funcionamento da mente em caminhos práticos de desenvolvimento, orientando tanto a família quanto a equipe escolar e clínica sobre estratégias que favoreçam a autonomia, o aprendizado e o bem-estar.
O autismo, por exemplo, é uma condição muito ampla. Nem sempre é fácil identificar os sinais, e cada criança é única. Por isso, o olhar neuropsicológico é tão importante: ele permite entender o perfil de funcionamento de cada criança, valorizando tanto os desafios quanto as potencialidades.
“A neuropsicologia ajuda a enxergar o que há por trás do comportamento — revelando caminhos de crescimento e possibilidades antes invisíveis.”
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Quais são os primeiros sinais de autismo que os pais devem observar em crianças pequenas?
Os primeiros sinais de autismo podem surgir ainda nos primeiros anos de vida, geralmente entre 1 e 3 anos. Alguns comportamentos que merecem atenção são:
• Pouco contato visual;
• Falta de interesse em interagir com outras pessoas;
• Atrasos na fala ou ausência de gestos, como apontar;
• Pouca resposta ao ser chamado pelo nome;
• Dificuldade em brincar de faz de conta ou compartilhar brinquedos;
• Movimentos repetitivos, como balançar o corpo ou bater as mãos;
• Reações intensas a sons, texturas ou mudanças na rotina.
É importante lembrar que a presença de um ou outro sinal isolado não significa autismo, mas quanto mais cedo os sinais forem identificados, mais cedo a criança pode ser avaliada e receber o suporte necessário.
Como o diagnóstico neuropsicológico do autismo é realizado e em que idade ele costuma ser mais preciso?
O diagnóstico do autismo é clínico, mas a avaliação neuropsicológica tem um papel fundamental no processo, pois ajuda a entender com mais profundidade o funcionamento da criança em diversas áreas — linguagem, cognição, comportamento, atenção, socialização, entre outras.
A avaliação é feita por meio de entrevistas com os pais, observações clínicas, aplicação de testes padronizados e escalas específicas para autismo. A partir dessas informações, é possível compor um perfil detalhado da criança.
O diagnóstico pode ser feito ainda na primeira infância, por volta dos 2 anos, mas tende a ser mais preciso a partir dos 3 ou 4 anos, quando o desenvolvimento da linguagem e da interação social já oferece mais elementos para análise. Quanto mais cedo for feito, melhor para iniciar intervenções adequadas.
Quais funções cognitivas costumam ser mais afetadas em crianças com autismo?
O autismo afeta o desenvolvimento de maneira muito individualizada, mas algumas funções cognitivas costumam apresentar alterações mais frequentes, como:
• Funções executivas (planejamento, flexibilidade mental, controle inibitório);
• Atenção compartilhada e foco em estímulos sociais;
• Habilidades de linguagem pragmática (uso social da linguagem);
• Percepção e processamento sensorial;
• Teoria da mente (capacidade de compreender os sentimentos e intenções dos outros).
Vale ressaltar que muitas crianças com autismo também apresentam potencialidades específicas, como excelente memória visual, raciocínio lógico ou habilidades em áreas específicas, como música, números ou padrões.
Como a avaliação neuropsicológica pode ajudar a diferenciar o autismo de outros transtornos do desenvolvimento?
A avaliação neuropsicológica é essencial para entender se os sinais apresentados pela criança estão relacionados ao autismo ou a outros quadros, como transtorno de linguagem, déficit de atenção (TDAH), deficiência intelectual, entre outros.
Ela permite analisar o perfil cognitivo e comportamental da criança de forma global e integrada. Por exemplo, duas crianças podem ter atraso na fala, mas por razões diferentes — uma por autismo, outra por transtorno específico de linguagem. A avaliação ajuda a identificar os padrões de funcionamento e orientar intervenções mais eficazes.
Quais são os principais desafios emocionais que crianças autistas enfrentam e como podemos apoiá-las?
Crianças autistas podem ter dificuldades para identificar, expressar e regular suas emoções. Isso ocorre porque muitas vezes elas têm uma percepção sensorial diferente e podem se sentir sobrecarregadas em ambientes com muitos estímulos, o que gera estresse, irritabilidade ou isolamento.
Além disso, por dificuldades na comunicação ou na interação social, podem se sentir frustradas ao não conseguir expressar o que sentem ou desejam.
O apoio começa com acolhimento, paciência e previsibilidade. Estratégias como uso de rotinas visuais, nomeação de emoções, reforço positivo e suporte terapêutico (psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo) são fundamentais para ajudar a criança a se sentir segura e compreendida.
A intervenção precoce pode alterar o prognóstico de uma criança com autismo? Se sim, de que forma?
Sim, a intervenção precoce faz uma diferença significativa. Quanto mais cedo a criança for estimulada, maiores as chances de desenvolvimento em áreas como linguagem, socialização, autonomia e habilidades cognitivas.
A intervenção precoce favorece a neuroplasticidade, ou seja, a capacidade do cérebro de se reorganizar e aprender. Isso não significa que o autismo “desaparece”, mas sim que a criança pode adquirir estratégias mais eficazes para lidar com seus desafios e desenvolver melhor suas potencialidades.
Cada pequena conquista, quando reconhecida e trabalhada desde cedo, contribui para um futuro com mais qualidade de vida.
Como o autismo pode impactar o aprendizado escolar e quais estratégias neuropsicológicas podem ajudar?
O autismo pode impactar o aprendizado de diferentes formas, dependendo do perfil da criança. Algumas têm dificuldade em se concentrar, outras em seguir instruções coletivas ou em compreender o que o professor espera.
A avaliação neuropsicológica pode identificar as barreiras e os facilitadores da aprendizagem, oferecendo estratégias adaptadas — como uso de recursos visuais, ensino estruturado, reforço positivo, intervalos sensoriais e apoio individualizado.
A parceria entre família, escola e equipe terapêutica é fundamental para criar um ambiente onde a criança possa se sentir segura para aprender e se expressar.
Existe relação entre autismo e altas habilidades/superdotação? Como identificar esses casos?
Sim, existe uma condição chamada dupla excepcionalidade, quando a criança apresenta, ao mesmo tempo, autismo e altas habilidades/superdotação. Esses casos são desafiadores porque, muitas vezes, o talento pode “mascarar” as dificuldades ou, ao contrário, as dificuldades podem ocultar o potencial.
A avaliação neuropsicológica é o caminho mais adequado para identificar esse perfil. Ela permite mapear tanto os desafios quanto as habilidades cognitivas elevadas, ajudando a criar planos de intervenção que respeitem o ritmo e o estilo de aprendizagem da criança.
Quais profissionais devem compor uma equipe multidisciplinar ideal para acompanhar uma criança autista?
O acompanhamento ideal envolve uma equipe que atue de forma integrada e personalizada. Os profissionais mais comuns são:
• Psicólogo ou neuropsicólogo, para avaliação e suporte emocional/comportamental;
• Fonoaudiólogo, para desenvolver linguagem e comunicação;
• Terapeuta ocupacional, para trabalhar integração sensorial e habilidades da vida diária;
• Psicopedagogo, para apoiar no processo de aprendizagem;
• Musicoterapeuta ou arte-terapeuta, para estímulos expressivos e emocionais;
• Nutricionista, quando há seletividade alimentar;
• Pediatra ou neuropediatra, para o acompanhamento clínico.
Mais do que a quantidade de profissionais, o mais importante é que haja diálogo entre eles e um plano de intervenção coerente e acolhedor para a criança e sua família.
Como os pais podem lidar com o impacto emocional do diagnóstico e apoiar o desenvolvimento da criança?
Receber o diagnóstico de autismo pode trazer uma mistura de sentimentos: medo, tristeza, insegurança e muitas dúvidas. É importante que os pais tenham espaço para falar sobre tudo isso sem se sentirem julgados.
Uma das formas de lidar com esse momento é buscar orientação parental — que nada mais é do que um acompanhamento feito por profissionais para ajudar os pais a entender melhor o diagnóstico, fortalecer o vínculo com a criança e lidar com os desafios do dia a dia de forma mais leve e segura.
Além disso, procurar apoio psicológico, conversar com outros pais e buscar informações confiáveis são atitudes que fazem diferença. Quanto mais acolhidos e informados os pais se sentem, mais preparados estarão para apoiar o desenvolvimento dos seus filhos.
O autismo não é o fim de um caminho. É o início de um percurso diferente — que pode ser cheio de descobertas, afetos e conquistas. E a presença da família faz toda a diferença nessa jornada.
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Senhora, poderia deixar uma mensagem para as famílias atípicas?
💙 Leidyjane Santos:
Queridas famílias, eu sei que o caminho nem sempre é fácil. Receber um diagnóstico, conviver com incertezas e aprender todos os dias a entender e apoiar um filho com necessidades diferentes pode ser desafiador. Mas também pode ser transformador.
Cada criança atípica carrega em si um mundo de possibilidades — e vocês, como família, são o porto seguro que ela precisa para florescer. Sejam pacientes com o tempo, com os processos... e com vocês mesmos.
Acreditem: vocês estão fazendo o melhor que podem. Permitam-se buscar ajuda, dividir as angústias, comemorar as pequenas conquistas e, acima de tudo, olhar para seus filhos com os olhos do amor — não do medo.
Vocês não estão sozinhos. Há uma rede de profissionais, outras famílias e muitas mãos dispostas a caminhar junto. E lembrem-se: o desenvolvimento não tem um único formato. Ele acontece de jeitos diferentes — e todos eles são válidos.
Com carinho,
Leidyjane Santos
Psicóloga e neuropsicóloga

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faleconosco@reconectarclinica.com.br
Localização (consultórios):
Muitíssimo obrigada Reconectar Clínica pela riquíssima entrevista.
Minha eterna gratidão pela sua colaboração ao Blog Diário da Professora Vanessa. Muito obrigada Senhora Leidyjane Santos pela entrevista.
Professora Blogueira Vanessa.
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